Home / Notícias / Ponta Grossa inaugura 1º posto de biometano do estado

Ponta Grossa inaugura 1º posto de biometano do estado

O empreendimento no município inaugura os “corredores sustentáveis” para o transporte de cargas, transformando resíduos em fonte de energia limpa.

Crédito da foto: SUPEN

Um avanço significativo nas políticas de descarbonização do Paraná foi a inauguração do primeiro posto de biometano no estado. Localizado em Ponta Grossa, o empreendimento marca a criação dos “corredores sustentáveis”, que visam utilizar energia veicular limpa para o transporte de produtos paranaenses.

O novo posto é o maior do Brasil em capacidade de abastecimento de Gás Natural Veicular (GNV) de alta vazão e agora também oferece biometano, produzido na primeira refinaria desse tipo no estado, que também fica em Ponta Grossa.

Sandro Vieira, superintendente-geral de Gestão Energética, avalia que a iniciativa é um marco para a descarbonização da cadeia logística do estado, integrando a produção de biometano da Central de Tratamento de Resíduos de Ponta Grossa com a infraestrutura de gás natural canalizado da Compagas.

IMPULSIONANDO O TRANSPORTE SUSTENTÁVEL

O projeto Corredores Sustentáveis busca instalar infraestrutura de abastecimento para caminhões a gás (GNV ou biometano) nas rodovias do Paraná. Este posto específico está em uma rota estratégica que liga as regiões Norte e Centro do estado ao Porto de Paranaguá, permitindo que o transporte de cargas de cidades como Maringá e Londrina seja feito com combustível limpo.

Thiago Olinda, coordenador de Gás, Biocombustíveis e Hidrogênio do Estado, destaca que projetos como esse ajudam a impulsionar a cadeia do biogás no Paraná, conforme previsto no Plano Estadual de Biogás e Biometano. Ele ressalta a importância da refinaria, que é a primeira a produzir biometano a partir de aterro sanitário no estado.

Parte da viabilização de iniciativas como essa se deve ao decreto nº 9.817/2025, que isenta de ICMS equipamentos para biorrefinarias produtoras de combustíveis sustentáveis como biometano, biogás e metanol. No projeto do posto, por exemplo, os equipamentos de compressão e abastecimento foram fabricados por uma indústria paranaense de Campo Largo.

ESTRATÉGIA DE TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

A Secretaria do Planejamento do Paraná (SEPL) e a Superintendência-Geral de Gestão Energética (SUPEN) trabalham para atrair investimentos na área de transição energética, buscando aumentar a oferta e a demanda por energia limpa.

A produção de biometano a partir de aterros sanitários transforma o que antes era lixo em uma fonte de energia, contribuindo para a sustentabilidade. Esse processo de descarbonização é uma demanda crescente de empresas globais, que precisam comprovar a origem limpa de sua cadeia produtiva, por meio de certificados como os créditos de carbono.

O secretário do Planejamento, Ulisses Maia, afirma que iniciativas como o novo posto de biometano impulsionam o desenvolvimento econômico e geram empregos, já que grandes empresas buscam estados que ofereçam infraestrutura para o cumprimento de suas metas de energia limpa.

O secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, reforça o papel do governo na viabilização do projeto por meio de políticas públicas inteligentes, abrindo caminho para o transporte sustentável que conectará o Paraná com o Brasil e o mundo.

BIOMETANO X GNV

O biometano é uma alternativa limpa ao diesel, um combustível fóssil, e pode ser usado em veículos adaptados para GNV, com o mesmo rendimento. A principal diferença entre eles é a origem: enquanto o GNV tradicional é extraído do petróleo, o biometano é produzido a partir de resíduos, como os de aterros sanitários e dejetos agropecuários. Essa transformação do lixo em energia é um exemplo direto de descarbonização.

O Plano Estadual de Biogás e Biometano e o Plano de Descarbonização da Economia Paranaense (PEDEP) são iniciativas estratégicas do governo para promover o desenvolvimento sustentável. Eles buscam diversificar a matriz energética, otimizar a gestão de resíduos e alinhar o estado aos compromissos climáticos globais, com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Informações da AEN.

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *