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Museu Campos Gerais, símbolo cultural do Interior do Paraná, completa 75 anos

O Museu Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCG-UEPG) completou 75 anos nesta semana em meio a recordes de visitação, novas instalações que incluem o prédio histórico restaurado, exposições em constante renovação e parcerias com diversas instituições.

Crédito da foto: Luísa de Andrade

O ano era 1948 quando um grupo de homens da elite ponta-grossense se organizava no Centro Cultural Euclides da Cunha (CCEC) para discutir a necessidade de preservar a cultura e a identidade regional, bem como debater conceitos em voga na época, como o nacionalismo, indianismo e liberalismo. Eram  professores, juristas, artistas, músicos, comerciantes, jornalistas, etnógrafos, engenheiros, médicos, radialistas, historiadores, escritores, geógrafos, políticos, padres e militares.

O objetivo era criar uma faculdade, que foi autorizada alguns anos depois, mas eles iniciaram com a criação de um museu, espaço que era visto como local de disseminação da ciência, conhecimento histórico, cultura e erudição. Os acervos começaram a ser organizados em 1948 e o Museu Campos Gerais iniciou oficialmente as atividades em 15 de setembro de 1950 – data simbólica escolhida por ser aniversário da cidade de Ponta Grossa.

O MCG nasce como um espaço científico: já no anúncio de sua inauguração no jornal literário Tapejara, do CCEC, em 3 de setembro de 1950, há uma descrição de seus primeiros departamentos. “O Centro Cultural ‘Euclides da Cunha’, como é do conheci­mento de todos, inaugurará, dentro de poucos dias, o Museu dos Campos Gerais, que é uma das dependências da precio­sa entidade. Constará o mesmo de três departamentos, antropológicos, geológico e entomológico, respectivamente dirigidos pelos senhores Faris Antonio Michaele, Frederico Lange e Felippe Justus”.

A primeira concepção do museu é justamente essa, voltada à história natural e à pesquisa científica. “Foi o primeiro museu privado, o primeiro museu público, o primei­ro museu municipal, o primeiro museu estadual e o primeiro museu universitário da cidade”, conta o historiador Giuvane de Souza Klüppel, que pesquisou a trajetória do Museu Campos Gerais.

Entre 1957 e 1965, a instituição esteve sob administração do governo municipal. Em 1965, o museu passa a ser administrado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafi), uma das faculdades precursoras da UEPG. Quando um decreto estadual cria a Universidade Estadual de Ponta Grossa, em 1969, o Museu Campos Gerais chega à gestão em que permaneceu pelas mais de cinco décadas restantes.

Até a década de 1980, o acervo do MCG era exposto em espaços improvisados e emprestados: no Centro Cultural Euclides da Cunha, Edifício Gabriel Bacila, que também era a casa de Faris Michaele; no segundo andar do Edifício Ópera, acima do Cine-Teatro; em uma sala na Concha Acústica; no porão da Prefeitura Municipal; em uma sala junto à Biblioteca Pública Municipal no “Castelinho Lange”; e espalhado por salas de aula, corredores e laboratórios de Geografia da Universidade.

Em 1983, o Museu ganha uma sede oficial: o antigo prédio do Fórum de Ponta Grossa, onde funcionou até 2003. O prédio é, por si só, parte do acervo histórico do Museu. Construído há quase 100 anos para ser a imponente sede do Judiciário no Interior do Estado, o prédio do Fórum ocupa seu espaço no imaginário ponta-grossense e na história da cidade.

Em 2024, volta à sua sede, depois da maior obra de restauro da história de Ponta Grossa. Ela também contemplou adequações de acessibilidade e a construção de um novo e moderno prédio aos fundos do Fórum, onde estão a reserva técnica, áreas administrativas e laboratório de conservação. Além disso, o MCG segue ocupando a sede do Banestado, com os acervos documentais disponíveis para consulta dos pesquisadores, o Laboratório Multiusuário de Humanidades Digitais e Inovação (Lamuhdi) e o PPGH.

75 ANOS

O Museu Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCG-UEPG) completou 75 anos nesta semana em meio a recordes de visitação, novas instalações que incluem o prédio histórico restaurado, exposições em constante renovação, parcerias com diversas instituições, um relacionamento intenso com a pesquisa e pós-graduação e um protagonismo nacional no uso da tecnologia, inovação e de inteligência artificial na digitalização e gestão de acervos.

“O Museu Campos Gerais é o mais antigo do Interior do Estado e o museu universitário mais antigo do Paraná. Nós chegamos aos 75 anos como um museu dinâmico, que integra ensino, pesquisa, extensão, inovação tecnológica e atividades culturais”, comemora o diretor do MCG, professor Niltonci Batista Chaves.

“Dentro de sua missão de agregar as principais iniciativas da área de ensino, cultura, comunicação e esporte, a UEPG incorporou o Museu Campos Gerais à sua estrutura e hoje, totalmente ressignificado, ele se tornou um centro cultural e de pós-graduação e pesquisa, ampliando sua abrangência”, reforça o reitor Miguel Sanches Neto a respeito do vínculo entre museu e acadêmia.

SERVIÇO

Desde a reabertura do prédio histórico do MCG ao público, em junho de 2024, as exposições vêm batendo recordes de visitação. Hoje, são mais de mil visitantes por mês. Estão em exposição “Cotidiano e vida militar em Roma”, “Mostra Insetário Felipe Justus”, “Africanidades em Máscaras”, “2ª Micro mostra da Reserva Técnica” e “Era uma vez… Brinquedos” e “Desnuda”, uma exposição inédita com obras de Adalice Araújo, com curadoria de Orlando de Azevedo.

As visitações individuais dispensam agendamentos. Para visitas de grupos e com mediação, a atividade deve ser combinada pelo e-mail museucamposgerais@uepg.br. O horário de atendimento é de terça-feira a sábado, das 9h às 11h45 e das 13h30 às 17h. Para mais informações sobre a história do museu, visite aqui. 

Republicado da AEN

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